Publicado originalmente em Brasil de Fato por Helinando Oliveira e edição de Vanessa Gonzaga. Para acessar, clique aqui.
Foi divulgada na primeira semana de 2021 a eficácia entre os 12.400 voluntários que testaram a vacina feita em parceria entre o instituto Butantan e a Sinovac. Este número atingiu 78% em casos leves ou que precisaram de atendimento ambulatorial e a 100% dos casos graves e moderados. O vídeo que mostra a divulgação dos dados circulou pelas redes sociais e deve ser entendido por vários ângulos diferentes.
De imediato, percebemos a relevância deste estudo, uma vez que autorizado permitirá com que 6 milhões de brasileiros sejam vacinados imediatamente. Se o país for eficiente neste processo, já verificará sinais claros de queda em índices de mortos em abril.
Um segundo aspecto importante desse processo de vacinação é o grau de coletividade exigida: a doença só será controlada se todos abraçarmos a causa. Não adianta que eu me vacine… Todos nós precisamos nos vacinar. Embora o mundo esteja cada vez mais individualista e estranho, a pandemia só será vencida pela união da população aderindo à vacinação.
E o terceiro ponto, ainda mais sutil é bem revelador: quando a ciência entra em ação, eleva todo o nível do debate. Estamos diante de dados, de comprovações. Não foram observados casos severos entre os vacinados. Isso significa um impacto direto nos números crescentes de mortos,que já ultrapassam 200 mil pessoas. Mas ainda ouvimos os argumentos: “E os 78%?”
Este dado mostra que 22% das pessoas (pessoal de linha de frente que atuou como voluntário) que adquiriram a doença apresentaram sintomas leves. Este é o fato. Este é o dado. E uma pergunta é praticamente inevitável: qual seria o percentual de sucesso do uso da cloroquina?
Em que você aposta: na ciência ou no achismo? Eu vou de ciência, vou de vacina. E precisamos todos estar conscientes de que esta é a única saída viável para todos nós, pois estamos juntos neste barco, precisando concordar pelo menos por um instante que a vacina é uma conquista brasileira, do instituto Butantan. A medida deste reconhecimento precisa ser observada nos postos de vacinação. É deste tipo de ação que a ciência precisa neste momento. Só então passaremos a um segundo momento em que continuaremos a lutar por melhores condições de sobrevivência da espécie humana, em um planeta tão degradado pela própria ação humana. Pela ciência, sempre.