Publicado originalmente em Coar Notícias por Marta Alencar. Para acessar, clique aqui.
Posts em redes sociais e sites de notícias publicaram erroneamente que a China comprou a vacina de Oxford para distribuir à sua população e que vendeu as opções que estão a ser desenvolvidas para o Brasil. No entanto, tais informações distorcem os fatos.
Até o momento, não existe nenhuma vacina ou fármaco comprovadamente eficaz na prevenção da Covid-19 — estão todas em diversas fases de ensaios clínicos. Além disso, as parcerias que vêm sendo firmadas entre laboratórios para a produção da vacina contra o novo coronavírus não provam que governos nacionais preferem umas imunizações a outras, conforme aponta Aos Fatos em verificação do mês de setembro.
As vacinas normalmente requerem anos de pesquisa e testes, mas os cientistas estão correndo para produzir uma vacina contra o coronavírus segura e eficaz no próximo ano . Os pesquisadores estão testando 48 vacinas em ensaios clínicos em humanos, e pelo menos 89 vacinas pré-clínicas estão sob investigação ativa em animais.
Uma empresa chinesa chegou a firmar um acordo para produzir localmente a vacina de Oxford, mas o governo chinês está disposto a consumir vacinas que sejam comprovadamente eficazes e que forem produzidas no próprio país. Das seis vacinas que atualmente estão na etapa mais avançada no mundo, quatro são chinesas. Vale acrescentar que no dia 22, o diretor-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Antônio Barra Torres, explicou que a vacina de Oxford trabalha com insumos farmacêutico vindo da China. E ainda declarou que é quase impossível ter um produto feito 100% em um país. Mesmo com tantos impasses, a Anvisa liberou, na sexta-feira (23/10), seis milhões de doses da Coronavac.
Mas é importante informar que o presidente Jair Bolsonaro afirmou que a CoronaVac, imunizante desenvolvido pelo laboratório da China, Sinovac, não será comprada pelo governo, ainda que venha a possuir a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A COAR ressalta que inúmeros boatos contra a vacina chinesa são proliferados na internet, inclusive uma publicação no site da Rede Nacional de Combate à Desinformação (RNCD), originalmente produzido pelo Nujoc Checagem, aborda sobre o aumento da riqueza dos chineses na pandemia. Geralmente, conteúdos falsos ou até verdadeiros são compartilhados para denegrir os chineses conforme apontado pelo Nujoc Checagem.