Publicado originalmente em Agência Lupa por Catiane Pereira. Para acessar, clique aqui.
Circula pelas redes sociais um vídeo que mostra o cantor e compositor Caetano Veloso erguendo uma bandeira da Palestina durante um show. A legenda afirma que o artista estaria prestando apoio ao grupo extremista islâmico Hamas. Falta Contexto.
Por WhatsApp, leitores da Lupa sugeriram que esse conteúdo fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação?:
Caetano Veloso em show, ontem (2/3), no auditório Araújo Viana, em Porto Alegre: Viva o Hamas!
– Legenda de vídeo que circula pelas redes sociais
Falta contexto
O ato foi um gesto de apoio do cantor Caetano Veloso para com o povo palestino, seu intuito foi demonstrar desagravo aos ataques de Israel na Faixa de Gaza. Em nota, a assessoria de imprensa do artista informou que ele não proferiu nenhuma palavra de apoio ao Hamas durante sua apresentação, tampouco apoia o grupo extremista.
A gravação mostra o cantor segurando uma bandeira da Palestina e a estendo no palco. As imagens foram registradas durante um show do artista, no encerramento da turnê “Meu Coco”, no Auditório Araújo Vianna, em Porto Alegre (RS), no dia 2 de março de 2024.
Caetano se juntou ao cantor Chico Buarque, que na semana passada também publicou uma mensagem no Instagram denunciando o “genocídio” na Faixa de Gaza. O cantor compartilhou uma imagem do ataque promovido contra palestinos durante uma distribuição de comida e ajuda humanitária no dia 29 de fevereiro, em Gaza. “Quero me juntar às vozes que denunciam o genocídio de palestinos em Gaza”, escreveu Chico.
Vale ressaltar que essa não foi a primeira vez que Caetano Veloso fez críticas à situação política de Israel. Em 2015, o artista escreveu um artigo intitulado “Visitar Israel para não voltar mais a Israel”, publicado na Folha de S. Paulo, onde relembrou uma viagem ao país em companhia de Gilberto Gil.
No texto, o cantor elogia Israel por sua arquitetura e semelhança com cidades brasileiras. Contudo, ao se deparar com relatos de opressão e segregação ao povo palestino, o artista comenta que provalmente não voltará mais ao país.
Caetano afirma, em dos trechos do artigo, que “agora que uma terceira intifada se esboça (…) constato, de longe, que a paz que eu julgava ver dentro de Tel Aviv – e que começava a pensar ser a paz que eu não quero – era, como no entanto eu sabia o tempo todo, frágil, superficial e ilusória”.