Publicado originalmente em Coar Notícias por Marta Alencar. Para acessar, clique aqui.
Seguido por mais de 70 mil pessoas no Facebook e com quase dois mil inscritos no Youtube, o enfermeiro de Cabo Frio, Anthony Ferrari Penza, que permite às vezes ser chamado de médico em vídeo e nas redes sociais, é conhecido por divulgar informações imprecisas e distorcidas na internet, principalmente sobre Covid-19.
“Não estou fazendo apologia as pessoas a não se vacinarem. Mas estou defendendo por uma vacina eficaz. Existem três vacinas que estão sendo fabricadas e vindo para o nosso país: China, Oxford e Rússia. A vacina mais rápida criada no mundo demorou dez anos para ser fabricada e comprovada sua eficácia… Os brasileiros estão sendo feitos de cobaias… O coronavírus não é vírus letal como se prega por aí. Preocupa porque tem um contágio muito grande… Você pode ou não ser cobaia…” (Trecho da declaração do enfermeiro em vídeo viralizado na internet).
Ainda segundo o enfermeiro, as vacinas produzidas transmitiriam ou provocariam: doenças autoimunes, reações inflamatórias, doenças cognitivas, depressão, além de doenças neurológicas. A verdade é que a única vacina chinesa que vem sendo desenvolvida para distribuição no Brasil é a CoronaVac, da Sinovac Biotech. O acordo com o governo de São Paulo prevê a importação de 60 milhões de doses, mas também que a tecnologia será transferida para o Instituto Butantan, que produzirá a vacina no país. Até dezembro deste ano, o Butantan pode produzir até 40 milhões de ampolas, conforme reportagem do site NSC Total.
No esboço do panorama das vacinas candidatas COVID-19 da Organização Mundial de Saúde (OMS) há as fases dos medicamentos em teste e seus níveis de segurança. A vacina de Oxford e a CoronaVac, produzida pela Sinovac Biotech, foram testadas em macacos antes dos testes clínicos em humanos. Além disso, as imunizações foram liberadas para testes clínicos no Brasil pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) por terem nível de segurança considerado aceitável.
Quanto à possível alteração no código genético, a COAR já havia checado anteriormente e informado que especialistas ressaltam que embora um pedaço do DNA humano de interesse seja conectado ao plasmídeo de uma bactéria, ou seja, a uma molécula do DNA bacteriano, formando o DNA recombinante. Não é possível de forma alguma que o código genético humano seja alterado ou modificado, mas sim o do micro-organismo.
Em uma matéria intitulada “Médicos e enfermeiros são alvos de denúncias por fake news e cura milagrosa“, de 28 de junho, o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) consta a informação que é o profissional é investigado pelo Conselho Regional do Rio de Janeiro, publicou vídeos nas redes sociais afirmando que estados e municípios recebem dinheiro do governo federal por pacientes mortos vítimas da Covid-19. Entramos em contato com a assessoria do Cofen-RJ para apurar as informações sobre a conduta do enfermeiro. “Sim, ele está passando por processo ético e foi citado mesmo antes da Resolução do Cofen que suspendia todos os processos, por conta da pandemia. Os tribunais éticos são presenciais”, disse a nota enviada por email.
O enfermeiro polêmico por suas declarações também concorre a vaga de vereador no município de Cabo Frio (RJ) pelo Partido Social Democrático (PSD).
ites que já divulgaram boatos espalhados pelo enfermeiro: