Aumento na violência nas escolas aponta a necessidade de criação de políticas públicas de promoção da paz

Publicado originalmente em Jornal da UFRGS. Para acessar, clique aqui.

Educação | Ataques recentes em instituições de ensino promovem o debate sobre as raízes do problema e os desafios para proporcionar ambientes de aprendizado saudáveis

*Foto: Escola do bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre (Crédito: Marcelo Pires/JU)

No dia 5 de abril de 2023, quatro crianças foram mortas por um homem em uma creche na cidade de Blumenau (SC). O ataque, feito com uma machadinha, ocorreu poucos dias após um aluno matar uma professora com golpes de faca em uma escola na cidade de São Paulo. A brutalidade desses ataques levantou o debate sobre a violência nas salas de aula do Brasil.

Incidentes de agressão, bullying, confrontos entre alunos, tiroteios e massacres têm-se multiplicado no Brasil e no mundo. Não é por acaso que diversas pesquisas apontam o aumento significativo de casos de agressão em escolas, despertando a urgente necessidade de criação de políticas públicas e de outras iniciativas para lidar com o fenômeno.

Mas, afinal, o que tem motivado o aumento desses atos? Quais ações podem ajudar a lidar com a violência escolar? Além disso, as universidades formam professores que estarão na linha de frente. É possível prepará-los para se defender e também educar para criar um ecossistema de paz?

O Jornal da Universidade ouviu especialistas em Psicologia, Sociologia e Educação para buscar respostas a essas questões e apresentar um panorama de possíveis soluções que envolvam várias frentes, pois a violência na escola reflete as condições violentas da própria sociedade.

Glamourização da violência em redes sociais e discurso de ódio

A escola é o espaço de formação intelectual e cidadã, um lugar que deveria prover proteção e segurança. O atual cenário brasileiro, entretanto, mostra outra realidade. A violência está presente no ambiente escolar, manifestando-se de diversas formas, algumas vezes brutais. A violência é reflexo da vida social, sendo, muitas vezes, uma reprodução espelhada do mundo social, baseada em preconceitos contra minorias e convivência tóxica.

Um estudo divulgado pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) revelou que o Brasil registrou pelo menos 30 ataques a escolas nos últimos 21 anos. Chama a atenção, contudo, o aumento significativo e recente de casos. Ao longo da série, até 2021, a média eram três ataques por ano. Agora o país lida com uma estatística de 10 ataques em 2022 e oito até junho de 2023. Houve, portanto, um aumento de 20% no número de ataques às escolas no período de 2022 a junho de 2023. Em todos os casos, alunos e professores estavam entre as vítimas.

O extremismo, o discurso de ódio e a disseminação dessas manifestações em redes sociais são apontados pelos especialistas ouvidos pela reportagem como os fatores mais frequentes na ocorrência de ataques violentos a escolas brasileiras. Para Silvana Corbellini, professora adjunta da Faculdade de Educação (FACED) da UFRGS, a agressão não é um problema isolado do ambiente escolar.

“A onda de violência não diz respeito somente às escolas; é, sim, um reflexo da sociedade como um todo. Nesses últimos anos, houve um aumento acentuado de grupos que disseminam a cultura do ódio, que tem conquistado muitos jovens, inclusive pela influência das mídias digitais nas quais eles se encontram imersos”, esclarece.

Nesse cenário, Corbellini explica que vieram à tona o racismo, a homofobia, o nazismo, entre outras atitudes de intolerância e perversidade que, de certa forma, julgávamos superadas: “Os movimentos extremistas procuram anular as diferenças. A cultura do ódio que vem sendo cultuada por governantes de extrema direita é um vetor que contribui para o aumento da violência em todo o mundo”.

Há, entretanto, outros fatores sociais crônicos que também fertilizam as raízes da violência escolar. Segundo a psicóloga, é preciso considerar questões como a diferença de classes, a pobreza extrema, as drogas e a falta de condições mínimas das instituições escolares de realizarem um acolhimento e de cuidarem de crianças e jovens.

A cultura patriarcal e a misoginia integram o caldo de preconceitos da sociedade brasileira e contribuem para que a violência externada na escola seja produto do meio social. Essa é a opinião da doutora em Sociologia e professora do Departamento de Sociologia da UFRGS Rochele Fachinetto.

“Temos diversas pesquisas que apontam a disseminação de discursos de grupos de extrema direita em apologia à supremacia branca, à misoginia. Não à toa, boa parte das vítimas são mulheres. As agressões se dão por meio da web, das redes sociais, dos games, em geral ferramentas que ampliam conceitos masculinistas”, aponta Fachinetto, que também é pesquisadora do Grupo de Pesquisa Violência e Cidadania (UFRGS/CNPq).

A partir de uma história marcada pelo patriarcado e pela escravidão, as pessoas são vistas como inferiores pelo olhar do outro, que se imagina superior. E quem é inferiorizado, em geral, “baixa a cabeça” e se cala.

“O silêncio é uma violência simbólica. Conflitos em silêncio, aqueles que a gente faz de conta que não existem, se tornam implícitos e naturalizados. Isso pode fazê-los aflorar. A masculinidade hegemônica, associada ao discurso de extremismo, é um barril de pólvora”

Rochele Fachinetto

A espetacularização da violência pela mídia é outro vetor que, para a socióloga, precisa ser discutido, pois é um elemento agravante, que alimenta e, o que é pior, glamouriza tais práticas. “Na Nova Zelândia, por exemplo, não se divulga nada sobre esses incidentes”, afirma a especialista. Ou seja, é como dar fama ao agressor, encorajando outros a fazerem o mesmo.

A dinâmica da violência nas escolas brasileiras e o seu impacto no ambiente de ensino estão, portanto, interligados entre escola, comunidade e no discurso, seja ele de ódio ou do silêncio. Como explica a psicóloga Luciane Corte Real, mestra em Psicologia do Desenvolvimento pela UFRGS e professora da FACED, muitas vezes o tipo de comunidade em que a escola está inserida pode influenciar diretamente nos níveis de violência nas instituições de ensino.

“A gestão escolar desempenha um papel crucial. Cito como exemplo uma escola de Porto Alegre situada em bairro com alta incidência de ocorrências policiais e que enfrentava invasões e conflitos frequentes dos alunos. No entanto, quando houve uma mudança na gestão escolar e um esforço conjunto com a comunidade, os incidentes de roubo e agressão diminuíram significativamente”, descreve.

Para ela, que é membro do Núcleo de Estudos em Educação na Cultura Digital, as mídias sociais também desempenham papel importante nesse contexto: “A noção de comunidade não se restringe somente ao ambiente físico. As interações online também influenciam as dinâmicas de violência na escola”. Nesse sentido, é imperativo haver uma mediação de comunicação conflituosa pela gestão escolar para gerar um ambiente acolhedor (e, sobretudo, amoroso) de diferenças.

Como a violência afeta os professores

Assim como no slogan “gentileza gera gentileza”, violência gera violência. Corte Real explica que é possível transformar a violência em algo bom a partir da abordagem aberta do problema. “A violência também gera medo; alunos e professores com medo não estudam ou trabalham bem. O medo paralisa.”

Do ponto de vista psicológico, a professora ressalta um aumento alarmante nos níveis de violência tanto globalmente quanto no Brasil. Esses atos violentos se manifestam no ambiente escolar, afetando alunos, professores e a equipe diretiva. Para combater essa tendência, é fundamental que o tema seja discutido, refletido e abordado de forma explícita. Ou seja, “a comunicação é essencial, pois transformar pensamentos em palavras pode reduzir a ocorrência de atos violentos no ambiente escolar”.

A violência nas escolas tem se mostrado um vetor de piora na saúde mental dos educadores. De acordo com Corbellini, a situação é preocupante.

“Os professores revelam temor em ir às escolas por não se sentirem protegidos, o que causa diversos sintomas, como crises de ansiedade, pânico e depressão. A escola era considerada um local seguro para a maioria das pessoas; nesses últimos anos, inclusive com a lei armamentista, os casos de violência extrema mostraram a fragilidade desses espaços e, consequentemente, isso atinge a todos os que o habitam”

Silvana Corbellini

Mas o mal-estar docente perpassa os chamados muros das escolas. Sobrecarga de trabalho, baixa remuneração, desvalorização da profissão, falta de recursos para o desenvolvimento de atividades, entre outros fatores, agravam cada vez mais o sofrimento mental dos professores.

As situações de violência nas escolas afetam, portanto, não apenas o dia a dia dos docentes como também a sua saúde, já que eles se colocam, cada vez mais, diante de situações imprevisíveis, como ataques com armas. Esses profissionais enfrentam um dilema: como educar e se proteger? Além disso, como lidar com a pressão psicológica e o estresse?

Em primeiro lugar, diz Corbellini, os ambientes educacionais precisam ter uma equipe que possa ajudar os professores, com psicólogos, orientadores educacionais e supervisores. Se os alunos vivenciam um ambiente hostil em casa, podem transferir esse comportamento para a escola. E isso nem sempre está só ligado à pobreza. “Há alunos que tratam os professores como empregados. Estes escutam os alunos dizerem que lhes pagam”, e, logo, têm de aguentar abusos, ou podem ser demitidos.

É preciso discutir sobre violência também nas universidades

A solução é complexa, mas falar sobre o problema rompe a bolha de silêncios. “Pelo lado psicológico, estamos vendo um aumento muito grande na violência no mundo e no Brasil. Esses atos se refletem na escola, entre os alunos, os professores e a equipe diretiva. Para que isso possa diminuir no ambiente escolar, deve ser tematizado, refletido, conversado – o que é colocado em palavras diminui os atos”, afirma Fachinetto.

A FACED tem trabalhado justamente para preparar melhor os profissionais de educação para o enfrentamento de ambientes hostis em salas de aula. Um exemplo é o curso de especialização em Orientação Educacional, em que uma das disciplinas versa sobre práticas restaurativas no ambiente escolar. Assim, preparam-se os alunos para lidar com diversos aspectos de violência e levar às salas de aula a cultura de paz.

Corbellini segue seu ponto de vista no caminho de capacitar para a paz: “A escola, a sala de aula, precisa ir além dos conteúdos curriculares. É preciso pensar em uma educação de afetos, na construção de uma cultura de paz, na crítica em relação à desinformação, no pensamento científico como propulsor de novas respostas. Hoje temos instrumentos, como a busca ativa, os trabalhos com as diversidades, a justiça restaurativa, os círculos de paz, as rodas de conversa, que estão sendo levados para dentro das escolas com o objetivo de contribuir para essa mudança”.

Conforme explica a especialista, os problemas são tematizados em diversas disciplinas, nos relatos de experiência nos estágios, com palestrantes, etc. “Atuamos a partir das realidades que vão surgindo. Por exemplo, as violências que surgiram na pandemia, no pós-pandemia, na realidade que está ocorrendo nas escolas. Trabalhamos com a diversidade, a inclusão de aceitar o diferente. A FACED tenta instrumentalizar seus discentes para que entendam e atuem ativamente nesse sentido. Mas não podemos garantir tudo, porque o mundo está sempre mudando, e os tipos de violências também.”

“A escola, a sala de aula precisa ir além dos conteúdos curriculares. É preciso pensarmos em uma educação de afetos, na construção de uma cultura de paz, na crítica em relação à desinformação”

Silvana Corbellini

De acordo com a socióloga, a atual formação de professores da FACED busca trabalhar essas temáticas sob a ótica tanto da psicologia como da filosofia e da sociologia, a fim de ampliar os debates para além da pedagogia. A ideia é aumentar a compreensão do papel dos professores e das escolas frente ao quadro não somente da violência específica que atinge essas instituições, mas como a cultura do ódio vem se alastrando na sociedade como um todo.

“A proposta de se trabalhar a cultura de paz vem ganhando terreno como uma das formas de minimizar as violências. Além disso, a proposição de cursos que auxiliem os jovens e a sociedade como um todo no discernimento de fatos e fakes também é um dos caminhos que estamos seguindo na FACED. Por exemplo, temos um curso online e gratuito para toda a comunidade sobre o tema ‘Educação contra Fake News’ na nossa plataforma Lúmina”, aponta Corbellini.

Todas as especialistas ouvidas pela reportagem são unânimes: já não é possível olhar a violência como uma questão individual. É urgente procurar reconhecer a responsabilidade de cada um nesse contexto. Isso passa pela formação, pela construção de espaços de fala e por outros instrumentos para que os novos professores já entrem nas salas de aula trabalhando o diálogo, as diversidades, e deixar para trás a cultura da competição e do autoritarismo. É o momento de se adotarem novas formas de ser e estar, de ensinar e aprender.

Fachinetto fortalece esse argumento e vai além: “A prevenção não é papel do professor apenas, mas da sociedade. A chave é prevenir com articulações da comunidade, da mídia, de governos, criando uma rede de governança. É urgente criar espaços de escuta dentro e fora das escolas para decifrar esses conflitos. Cabe ao Estado e aos pais acompanharem as redes de disseminação de ódio. O governo precisa monitorar essas redes que pregam o aniquilamento do diferente”.

Para além das escolas, Corbellini enfatiza que é preciso que as gestões, as coordenações pedagógicas comecem a ter um outro olhar sobre a instituição escolar de forma integral, “melhorando relações, minimizando conflitos, construindo pontes com a sociedade e com governos na busca de respostas. Da mesma forma, é preciso que a Universidade ocupe um lugar nessa construção, trabalhando de forma coletiva e cooperativa com as escolas, com as gestões, através de seus alicerces de pesquisa, ensino e extensão”.

A violência também é fruto de injustiças e problemas do sistema social

Até aqui discutimos questões relacionadas à violência no sistema educacional, mas é crucial compreender que o problema abrange um contexto mais amplo, no âmbito das condições sociais que se deterioram à medida que o capitalismo evolui para o hipercapitalismo – um sistema que exige esforços incessantes sem necessariamente envolver a dignidade humana. Não é por acaso que termos como ‘batalha’ e ‘guerra’ são frequentemente usados para descrever as condições de vida e de trabalho atuais. Em uma guerra, é preciso ser hostil. Como as especialistas citadas já destacaram, a violência tende a gerar mais violência.

Essa realidade é fértil para proliferar uma miríade de desajustes e ódios, como explica Melissa Pimenta, professora do departamento de Sociologia da UFRGS e vice-coordenadora do Grupo de Pesquisa Violência e Cidadania (GPVC). “A deterioração das condições sociais de existência e de uma vida digna certamente vão se refletir também na violência escolar. É preciso considerar que fatores sociais como o desemprego, a falta de renda, a violência doméstica, a violência sexual, a falta de perspectivas e alternativas de melhoria das condições de vida se refletem em problemas sociais graves, como o alcoolismo e a violência interpessoal, inclusive entre pessoas da mesma família.” 

Para ela, a falta de amparo do Estado, por meio de políticas sociais de distribuição de renda e assistência social, agrava os problemas existentes.

“Acredito que o aumento da violência escolar em diferentes países está diretamente ligado a esses fatores sociais, acentuados pela precarização das condições de trabalho, pelo aumento do desemprego, da pobreza e do adoecimento físico e mental”

Melissa Pimenta

Programas de conscientização e mediação de conflitos podem reduzir a violência nas escolas, mas tais iniciativas, por si sós, não combatem as raízes do ambiente social hostil. Segundo a professora, os programas podem ser eficazes se servirem para construir uma problematização verdadeira de como esse fenômeno é enraizado e naturalizado em nosso contexto. 

Deixar toda a responsabilidade nas costas da sociedade civil, contudo, não funciona. Pimenta ressalta que as iniciativas e medidas isoladas são paliativas e precisam abranger a participação do poder público. “Demandam políticas públicas organizadas e setorizadas, com o apoio e financiamento nos âmbitos municipal, estadual e federal, para que ocorram de forma regular e continuada, e tenham um alcance mais amplo.” 

A participação do Estado não termina nesse ponto. Para a professora, as medidas devem incluir “o debate público amplo sobre a regulação das redes sociais, no sentido de coibir a disseminação e a propagação de conteúdos que incitem a prática de crimes ou que façam apologia ao sexismo, à misoginia, ao nazismo e ao fascismo”. 

A sociedade e o poder público também devem discutir sobre a proibição de programas de televisão policialescos, “nos quais os apresentadores acompanham ações policiais e ocorrências criminais. Isso atua como uma caixa de ressonância dos medos da população e contribui para ampliar a sensação da insegurança em minorias, ao passo que mostram como solução generalizada medidas repressivas e punitivistas de enfrentamento à violência”. Como estamos todos vendo, o caminho para a paz não é por aí.

Dados sobre a violência nas escolas no Brasil

Segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, um em cada três ataques violentos às escolas brasileiras ocorreu em 2023. Os dados revelam que, de 2002 a 2022, pelo menos 16 ocorrências dessa natureza foram registradas em todo o país. Só 2023 já soma sete casos.

O Anuário adverte que o problema não está unicamente relacionado à incidência de outras formas de violência nos arredores das escolas, mas também à exposição prolongada a processos violentos no âmbito familiar, como negligência e autoritarismo parental, além do conteúdo disseminado nas redes sociais.

O bullying é apontado como um dos principais problemas enfrentado nas escolas brasileiras. Na média nacional, 37,6% dos diretores de escolas apontaram a ocorrência de bullying na Avaliação Nacional do Rendimento Escolar, conhecida como Prova Brasil. O dado, o mais recente disponível, se refere ao calendário escolar de 2021.

O Prova Brasil mapeou a percepção de diretores escolares sobre as situações de violência nas escolas em que trabalham e sobre as condições de segurança. De acordo com a pesquisa, 35,7% das escolas também sinalizaram a presença de bullying em seus espaços. Ficam acima da média nacional unidades como Santa Catarina (55,6%), Distrito Federal (47,4%), São Paulo (47,2%) e Rio Grande do Sul (46,7%).

Outro dado alarmante diz respeito ao abuso sexual, com seis em cada dez vítimas sendo crianças de 0 a 13 anos em 2022. O Distrito Federal (5,2%) e Santa Catarina (4,8%) registraram o dobro da média nacional (2,3%) em casos dessa natureza.

“São percentuais que confirmam e reforçam a centralidade do problema e demonstram que a segurança pública não pode ser vista apenas sob a ótica policial”, acrescenta o relatório.

Dados recentemente publicados no Anuário Estatístico do Fórum Brasileiro de Segurança Pública de 2023 apontam o aumento da violência social no país como um todo. Em números absolutos, foram 74.539 episódios de atentado à vida nas escolas brasileiras, apontados por diretores até 2021, conforme pesquisa do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Somente no Rio Grande do Sul, contabilizaram-se 4.232 casos. Em São Paulo, foram mais de 10 mil casos.

Segundo levantamento global da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgado ainda em 2019, o Brasil está entre os índices mais altos do mundo no ranking de agressões a professores. Foram entrevistados 250 mil professores e líderes escolares de 48 países ou regiões. O estudo aponta que 28% dos diretores escolares brasileiros testemunharam situações de intimidação ou bullying entre alunos – o dobro da média da OCDE. Também conforme o levantamento, semanalmente, 10% das escolas brasileiras registram episódios de intimidação ou de abuso verbal contra educadores, ao passo que a média internacional é de 3%. Em 2017, 12,05% dos professores disseram ter sido vítimas de agressões verbais ou de intimidação de alunos pelo menos uma vez por semana. A média global é de 3,4%.


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