Publicado originalmente em Nujoc Checagem por Edison Mineiro. Para acessar, clique aqui.
O Nujoc recebeu para verificação o post no instagram do deputado estadual Capitão Assumção (Patriota-ES). Na publicação, há uma imagem que descontextualiza uma matéria do portal Olhar Digital: “Cresce índice de AVC em jovens, risco é maior para mulheres”. A intenção da postagem é relacionar o aumento de casos com a aplicação de vacinas contra a Covid-19.
A associação entre Acidente Vascular Cerebral com os imunizantes é, portanto, errônea e falsa.
Segundo a matéria do Olhar Digital, a pesquisa publicada em uma edição especial da revista Stroke, da American Stroke Association não relaciona vacinas com AVC.
“Atualmente, há mais casos de obesidade, diabetes e hipertensão na camada jovem e essas doenças estão diretamente relacionadas ao AVC”, declarou a presidente da Rede Brasil AVC, Sheila Cristina Ouriques Martins. “Há, ainda, fatores como má alimentação e sedentarismo, que aumentam o risco”, destaca ao Olhar Digital.
Vale ressaltar também que outro ponto de atenção para casos de AVC em jovens é o estresse, que aumenta significativamente o risco de ocorrência deste tipo de problema. Uma pesquisa publicada na revista Lancet em 2021 apontou que pessoas que trabalhavam mais de 55 horas por semana tinham até 33% mais chances de ter um AVC no comparativo com quem trabalhava entre 35 e 40 horas semanais.
Entretanto, é preciso mencionar que ano passado as vacinas que utilizam a tecnologia mRNA registraram como possibilidades raríssimas o acontecimento de miocardites. Os casos, porém, são tratáveis e desaparecem com o acompanhamento médico.
“Casos muito raros de miocardite e pericardite foram observados após a vacinação com os imunizantes de mRNA (RNA mensageiro) contra a COVID-19”, informou documento da OMS, que esclarece: “os benefícios das vacinas de mRNA contra a COVID-19 superam os riscos na redução de hospitalizações e de mortes devido às infecções”.
Anvisa também emitiu o mesmo alerta e ainda mantém a recomendação da imunização com vacinas de mRNA e disse que, até o momento, não há qualquer relato de casos dessas complicações pós-vacinação no país.