Associada da ABPEducom orienta pesquisa sobre desinformação em faculdade de comunicação

Publicado originalmente em ABPEDUCOM. Para acessar, clique aqui.

Preocupados com a desinformação, problema que afeta o Brasil e o mundo, quatro alunos de Comunicação Social da Faculdade Estácio de Sá de Campo Grande (MS) realizaram uma pesquisa de iniciação científica sobre o tema, orientados pela sócia da ABPEducom Lisa Rodrigues, doutora em Ciência da Comunicação pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP). Do trabalho, surgiu o @fakenao.pesquisa, que divulga os resultados e outros conteúdos com a mesma temática. 

No estudo “Erro Jornalístico, desinformação e ética: o olhar dos futuros comunicadores”, o principal objetivo foi mapear o entendimento de estudantes de comunicação (dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda) da instituição privada sobre a desinformação e verificar a percepção da responsabilidade pelo conteúdo que estes estudantes compartilham e comentam. 

Cerca de 34% dos universitários responderam que, apesar de conseguirem identificar uma “fake news”, ainda sentem dificuldades para isso. A orientadora argumenta que os resultados confirmam a legitimidade e importância da pesquisa, ao revelar que os futuros comunicadores encontraram dificuldades no processo de checagem de informações. 

A pesquisa também identificou que mais de 80% dos universitários afirmam que deveria existir uma disciplina específica para debater o tema. “Ainda há sim muitas dúvidas [sobre a desinformação] e uma necessidade gigantesca de trabalhar isso na grade curricular de cursos de Comunicação, e até interdisciplinar: todos os cursos deveriam ter um módulo sobre desinformação”, conclui a docente.

Para Rodrigues, a pesquisa foi conduzida com bases educomunicativas, já que o tema e as metodologias empregadas foram escolhidas pelos estudantes, engajados com a temática. 

A pesquisadora revela que há interesse em dar continuidade em uma outra linhagem da pesquisa, mas ainda sem previsão. Comandado pela educomunicadora e pelos quatro pesquisadores, o perfil no Instagram continua ativo, mesmo após o término do trabalho em agosto de 2020. Além dos resultados, a página divulga conteúdo teórico de desinformação e eventos relacionados ao assunto. 

Menção honrosa e convite da RNCD

Pela relevância, o trabalho recebeu um prêmio de Menção Honrosa pela Estácio de Sá de Campo Grande, no seminário III Jornada Interdisciplinar Hipóteses da Faculdade Estácio e I Seminário Regional Centro Sul de Pesquisa, de 2020.

Os estudantes também foram convidados a participar da Rede Nacional de Combate à Desinformação (RNCD). O convite foi feito pela coordenadora da Rede, Ana Regina Rêgo, durante a live da ABPEducom Desinformação e Educomunicação”, que contou com a participação de Lisa Rodrigues como uma das palestrantes.

Fake news” e boatos

Crítica ao termo “fake news”, ou “notícias falsas” em tradução livre, Rodrigues prefere utilizar a palavra desinformação, entendida como conteúdos utilizados com a intenção de desinformar a população. Ela explica que utilizar o termo “notícias” pode confundir: “É como se todas as notícias pudessem soar como falsas”. 

Para a professora, a diferença entre os boatos, que já existiam anteriormente na sociedade, e a desinformação é que agora há uma monetização da prática. “O boato inverídico de antes se tornou agora uma mentira comercializada. Não se ganhava dinheiro como se ganha hoje. Tem empresas especializadas nisso”, esclarece.

Ilustração: Freepik

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