Área de notícias é a mais afetada pela IA na percepção dos brasileiros

Publicado originalmente em *Desinformante por Liz Nóbrega. Para acessar, clique aqui.

De acordo com dados do Instituto IDEA, 46% dos brasileiros acreditam que a área de notícias é a mais afetada pela inteligência artificial, sendo percebida como a área mais impactada atualmente. O percentual é maior do que os que acreditam no impacto no trabalho (43%), educação (40%), economia (32%) e política (30%).

Dados da pesquisa apresentada no Forum Brazil UK

Os resultados reforçam uma preocupação mundial. Outra pesquisa realizada em seis países (Argentina, Dinamarca, França, Japão, Reino Unido e Estados Unidos) lançada recentemente pelo Instituto Reuters mostra que dois terços (66%) acreditam que a tecnologia promoverá um grande impacto no setor de mídia. 

A pesquisa do Instituto IDEA, que será apresentada no Brazil Forum UK no próximo domingo (23), também indica que 66% dos entrevistados nunca receberam nenhum tipo de desinformação gerada por inteligência artificial, ao mesmo tempo que 59% dizem que não são capazes de reconhecer se uma foto ou vídeo foi gerada por IA.

Os dados demonstram também o que se conhece como “efeito de terceira pessoa”,  um conceito na comunicação e psicologia que se refere à tendência das pessoas de acreditarem que os outros são mais influenciados pela mídia ou menos capazes de realizar algo do que elas mesmas. 

Quando perguntadas sobre a confiança na capacidade de reconhecer notícias falsas geradas por IA, as pessoas tendem a acreditar mais na própria capacidade que na dos outros. 34% dos entrevistados confiam ou confiam muito na sua capacidade de detectar fake news e 25% desconfiam ou não confiam nada. Quando a pergunta se desloca para a  capacidade do brasileiro, o número dos que confiam cai para 25% e dos que desconfiam sobe para 38%.

Nível de confiança na capacidade de reconhecer notícias falsas varia

Brasileiros são menos pessimistas sobre uso de IA para desinformar

Os brasileiros parecem ser menos pessimistas em relação ao uso da inteligência artificial para desinformar. Perguntados se “a IA vai aumentar a desinformação e fake news”, 25% concordaram com a afirmação, enquanto 49% discordaram da afirmação e 26% ficaram neutros em relação a isso. No entanto, de forma mais contrastante, 36% veem a desinformação como um dos principais riscos da IA.

Ao mesmo tempo, a maioria também discordou da afirmação “tecnologias de IA generativa (como Chat GPT e afins) são uma fonte confiável para obter informações sobre candidatos nas eleições”. 40% dos entrevistados acreditam que a IA generativa não é uma fonte confiável, enquanto 31% compreendem a tecnologia como confiável.

Por fim, a pesquisa apresenta dados similares aos do Digital News Report 2024 sobre o consumo de informação, visto que, assim como no estudo no Instituto Reuters, as respostas apontam para um uso maior de redes sociais para o acesso às notícias, 66% disseram usar redes sociais para esse fim, contrastando com 51% que acessam pela televisão, 43% por sites de notícias, 22% por jornais e 19% pelo rádio. Dos entrevistados, 10% não souberam responder ou não possuem o hábito de se informar. 

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