Apenas um terço das capitais da Amazônia Legal divulga quantidade de testes de Covid-19 disponíveis

Publicado originalmente em Agência Bori. Para acessar, clique aqui.

Highlights

  • Pesquisa da OKBR analisou transparência de dados sobre infraestrutura de saúde nos nove estados e capitais da Amazônia Legal
  • Sete das nove capitais têm pelo menos um indicador que não foi publicado desde o início da pandemia
  • Amazônia Legal apresenta índices de transparência maiores que os nacionais no quesito leitos

A transparência dos dados sobre a infraestrutura em saúde ainda enfrenta gargalos complicados em nove meses de pandemia de Covid-19. A quantidade de testes de Covid-19 disponíveis para a população é um dos indicadores mais problemáticos. Apenas seis das 27 capitais brasileiras divulgam a quantidade de testes disponíveis. Na Amazônia Legal, cinco das nove capitais não divulgam esses dados. Os dados estão em relatório da Open Knowledge Brasil (OKBR) divulgado nesta quarta (12). 

Esse é o terceiro boletim sobre a Amazônia da OKBR, com apoio da Hivos, que tenta apontar problemas de gestão da informação e falta de transparência de dados nos nove estados e capitais da Amazônia Legal. Para avaliar esse cenário, a OKBR utiliza uma metodologia própria lançada em abril chamada Índice de Transparência da Covid-19 que monitora quinzenalmente dados de Covid-19 disponibilizados pelos municípios. Entra nesta avaliação a transparência de dados demográficos sobre os pacientes (sexo, faixa etária, condições prévias de saúde), casos (notificações, etc.) e dados sobre a infraestrutura de saúde (testes aplicados, testes disponíveis, capacidade de testagem dos municípios e quantidade de leitos de UTI).

Desde abril de 2020, sete das nove capitais da Amazônia Legal não publicaram pelo menos um desses indicadores. Apesar dos estados da região terem um índice de transparência sobre a capacidade de testagem 11 pontos superior do que a média nacional, a transparência sobre a quantidade de testes disponíveis ainda é baixa, com 17 pontos percentuais abaixo da média dos outros estados do país. No quesito leitos, as capitais da Amazônia Legal apresentam índices de transparência melhores do que a média nacional.

A falta de transparência de dados de infraestrutura de saúde, como leitos de UTI e testes disponíveis, pode prejudicar na hora de tomar decisões sobre o enfrentamento da pandemia de Covid-19. “Localidades com menor capacidade de testagem podem apresentar menor quantidade de casos confirmados, levando à falsa impressão de que o contágio está controlado”, explica Danielle Bello, uma das coordenadoras do estudo. “Já as taxas de ocupação de leitos, inclusive não somente os específicos para Covid-19, são informações decisivas para estabelecer flexibilizações e suspensões de atividades”, complementa.

Para Fernanda Campagnucci, da OKBR, a falta de transparência de testes disponíveis revela um problema maior, relacionado à gestão da informação e logística. “Isso indica a dificuldade que os entes têm para monitorar estoques”, avalia. “Às vezes o estado não sabe quantos testes os municípios já usaram, às vezes o próprio município não sabe quantos testes as unidades de saúde em seu território ainda têm”.

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