Publicado originalmente em Coar Notícias por Wanderson Camêlo. Para acessar, clique aqui.
“Anvisa liberou Ivermectina e muda a dose”. A mensagem é dissipada em grupos de WhatsApp, acompanhada do link de uma entrevista jornalística, disponibilizada no YouTube, com a médica brasileira Lucy Kerr, que defende o uso do medicamento contra a Covid-19. A COAR checou e foi possível constatar que a afirmação é falsa. Como ainda não há comprovação de que o Ivermectina é, efetivamente, eficaz contra a Covid-19, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa, não liberou e nem recomenda o uso do medicamento para o tratamento da doença.
“Diante das notícias veiculadas sobre medicamentos que contêm ivermectina para o tratamento da Covid-19, a Anvisa esclarece: Inicialmente, é preciso deixar claro que não existem estudos conclusivos que comprovem o uso desse medicamento para o tratamento da Covid-19, bem como não existem estudos que refutem esse uso. Até o momento, não existem medicamentos aprovados para prevenção ou tratamento da Covid-19 no Brasil”, pronunciou-se a agência reguladora em nota de esclarecimento divulgada no dia 07 de julho deste ano.
A afirmação sobre a liberação da Ivermectina para o tratamento de pessoas com o novo coronavírus é, aliás, a legenda da gravação em que consta a entrevista com a médica Lucy Kerr. O vídeo se encontra disposto no canal do jornalista Fernando Beteti e foi ao ar no dia 10 do mês passado, oito dias depois que a Anvisa liberou comunicado anunciando a liberação de retenção de receita para a compra do remédio. Ou seja, não houve a liberação da Ivermectina, mas apenas não exigência de uma prescrição médica para a compra do medicamento, a exemplo do que acontecia antes da pandemia. No comunicado, inclusive, a Agência não faz menção alguma sobre uma possível eficácia do remédio no tratamento contra a Covid-19, mas sim contra verminoses e parasitoses.
“A Diretoria Colegiada da Anvisa revisou, nesta terça-feira (1º/9), a exigência de retenção de receita para os medicamentos Ivermectina e Nitazoxanida. A ação faz parte do monitoramento constante de substâncias sujeitas a controle em virtude da emergência de saúde pública de importância internacional (ESPII) relacionada ao novo coronavírus (Sars-CoV-2). Neste contexto, verificou-se que os medicamentos Ivermectina e Nitazoxanida, no momento, não se encontram sob ameaça de desabastecimento de mercado. A alteração foi adotada visando garantir o acesso da população ao tratamento de verminoses e parasitoses bastante conhecidas e bem significativas. A decisão considera ainda que os dois medicamentos já são de prescrição médica e não vêm sendo utilizados em doenças e pacientes crônicos”, esclareceu a Anvisa.
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