Publicado originalmente em Agência Lupa por Carol Macário. Para acessar, clique aqui.
Circula pelas redes sociais que o Ministério da Saúde alertou sobre uma nova variante do vírus da Covid-19, a XBB, que seria “mortal” e “difícil de detectar corretamente”. Segundo o conteúdo, a pasta teria aconselhado a volta do uso de máscaras.
A publicação também descreve alguns sintomas e diz que a XBB seria “cinco vezes mais virulenta que a Delta”. Por fim, o post indica um link, supostamente da Organização Mundial da Saúde (OMS). Trata-se de uma informação antiga e descontextualizada.
Por WhatsApp, leitores da Lupa sugeriram que esse conteúdo fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação?:
“*Ministério da Saúde, informa
Variante XBB
Todos são aconselhados a usar máscara porque a nova variante do coronavírus COVID-Omicron XBB é diferente, mortal e difícil de detectar corretamente.
(…) COVID-Omicron XBB é 5 vezes mais virulento que a variante Delta e tem uma taxa de mortalidade maior que esta.”
– Texto que circula em correntes de WhatsApp
Falta contexto
A subvariante XBB, uma ramificação da variante Ômicron do Sars-CoV-2, foi identificada pela primeira vez em setembro de 2022 — e não em janeiro de 2024. Até setembro de 2023, mais de 300 linhagens descendentes da XBB foram descritas. Além de o alerta citado na publicação ser antigo, essas variantes não foram consideradas mais “mortais” que outras e, no Brasil, já existe vacina atualizada contra elas.
Vale pontuar que, até o momento, o Ministério da Saúde não fez nenhum novo comunicado alertando sobre a volta do uso de máscaras em razão dessa variante.
Embora pesquisadores tenham confirmado que algumas das variações da XBB da Ômicron, como a XBB.1.5 e a XBB.1.16, por exemplo, tenham a capacidade de “vencer” as defesas imunológicas do corpo, tornando-se mais contagiosas, não foi identificado aumento da gravidade dos casos em pessoas infectadas.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), que mantém atualizada uma página com informações de rastreamento das variantes do novo coronavírus, a JN.1 é a “variação de interesse” mais recente, identificada em 18 de dezembro de 2023. Apesar de ser descrita como sendo de rápida disseminação, a OMS afirmou que o risco para a saúde é considerado baixo.
Em dezembro de 2023, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou uma atualização da vacina Comirnaty, da Pfizer, que amplia a resposta contra a variante XBB.1.5 do Sars-CoV-2.