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A quatro dias das Olimpíadas de Tóquio, as atenções para o maior evento mundial esportivo se dividem entre a expectativa para as competições e as normativas rígidas para evitar casos de Covid-19 entre atletas e comissões técnicas. Isso porque em meio à realização das Olimpíadas, o país registra alto número de casos da doença e decretou estado de emergência, o qual prevalecerá até o dia 22 de agosto.
Vacinação não obrigatória nas Olimpíadas
Ao mesmo tempo em que o Japão reconhece a situação delicada que enfrenta na pandemia da Covid-19, o Comitê Olímpico Internacional (COI) não exige a obrigatoriedade de vacinação para atletas e treinadores que participarão do evento. A decisão ocorre porque fica a critério dos próprios países participantes se a vacinação é obrigatória ou não em cada território.
Segunda maior economia do mundo, hoje, o Japão tem 25,8 milhões de pessoas que completaram a vacinação contra a Covid-19, o que corresponde a apenas 20,4% da população. O país do sol nascente demorou para começar a vacinar.
Brasileiros vacinados
Sobre a vacinação dos brasileiros, dos 301 atletas convocados às Olimpíadas, a maioria aderiu à imunização, mas 30 não receberam a vacina contra a Covid-19 a critério pessoal. Dos que foram vacinados, alguns mostraram contentamento em redes sociais. O jogador de vôlei Bruno Rezende foi um deles.
A vacinação do Time Brasil faz parte do Plano Nacional de Imunização (PNI) do Governo Federal e garantiu mais de sete mil doses extras à população brasileira, imunizando 3.600 pessoas. A ação não teve custos para o país, devido à doação do Comitê Olímpico Internacional de vacinas das farmacêuticas Sinovac e Pfizer.
Protocolos e testagem nos Jogos Olímpicos
Para entrar no Japão, os atletas brasileiros passaram por uma série de protocolos, desde a testagem em massa antes do embarque, em solo brasileiro, até protocolos médicos ao chegar no país. Eles são testados diariamente, em algumas modalidades não dividem o quarto com outros atletas e mantêm o contato à distância apenas com os motoristas credenciados para levá-los aos treinamentos.
Os protocolos determinados pelo Comitê Olímpico Brasileiro orientam que os atletas se dirijam apenas dos hotéis e ou alojamentos para os centros de treinamentos.
Há uma série de restrições para a realização dos jogos impostas pelo COI.
Casos de Covid-19 confirmados
No domingo, 18 de julho, autoridades confirmaram que dois atletas da equipe de futebol da África do Sul testaram positivo para a Covid-19 na Vila Olímpica.
Após a notícia, o presidente do COI, Thomas Bach, afirmou que lamenta a situação, mas confia nos protocolos impostos para garantir a segurança dos participantes nas Olimpíadas.
“Estamos cientes do ceticismo que as pessoas têm aqui no Japão. Meu apelo aos japoneses é que acolham os atletas, porque é a competição da vida deles. Será o evento mais restrito de todos os tempos. Há testes rigorosos e muitas ações de contenção. Apenas 0,1% dos participantes testaram positivo até agora. Os Jogos vão acontecer e serão seguros para todos”, declarou Bach.
Atletas classificados e com Covid-19. Como fica?
De acordo com o COI, em esportes como atletismo e natação, em que os atletas disputam fases eliminatórias, semifinais e finais, caso um atleta, que esteja classificado para a fase seguinte, teste positivo para a Covid-19, não poderá competir. Com isso, o melhor colocado na fase anterior, entre os não classificados, fica com a vaga.
Olimpíadas sem público
Os Jogos Olímpicos serão realizados de 23 de julho a 8 de agosto sem a presença de público nas arenas de Tóquio, além de Chiba, Kanagawa, Saitama, Hokkaido e Fukushima. Apenas japoneses poderão acompanhar os jogos em locais liberados com capacidade para 50%: Miyagi, Shizuoka e Ibaraki (em Ibaraki – Kashima, sede de jogos do futebol, as sessões noturnas serão sem público).
Mas, com tantas restrições, em meio à Covid-19, as Olimpíadas surgem como um acalanto para o público, que poderá acompanhar de casa o maior evento esportivo do mundo em meio a uma pandemia global.
Foto de Capa: Monica Faria/COB