Seminário de 15 anos do objETHOS contou com professores, estudantes e profissionais do jornalismo

Publicado originalmente em ObjETHOS. Para acessar, clique aqui.

Com a temática “O papel do jornalismo na sociedade: a crítica de mídia nos últimos 15 anos”, o Observatório da Ética Jornalística (objETHOS) celebrou 15 anos de atividade com um seminário nacional. O evento, que contou com duas mesas de debates, foi realizado na última sexta-feira (27), no Auditorio Henrique Fontes, do Centro de Comunicação e Expressão da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Com a presença de estudantes da graduação e pós-graduação em Jornalismo da UFSC, além de professores e profissionais da área, o seminário foi iniciado com a abertura de um dos coordenadores do grupo, o professor Samuel Pantoja Lima. Em seguida, o coordenador do Programa de Pós-Graduação em Jornalismo, professor Carlos Locatelli, fez uma saudação e destacou a importância do objETHOS para os debates em torno de uma prática jornalística ética e de impacto para a sociedade brasileira.

A primeira mesa de debates abordou o tema “Reflexões e Desafios sobre a Crítica de Mídia no Brasil”, com a participação da professora Simone Pallone (Labjor/Unicamp) e do professor Rogério Christofoletti (PPGJor/UFSC), e mediação de Clarissa Peixoto (objETHOS/UFSC). Durante a sessão, a professora Simone Pallone destacou que os observatórios de mídia desempenham um papel fundamental na crítica de mídia no Brasil, atuando como mediadores das produções jornalísticas e produzindo conhecimento e informação com foco em questões técnicas e éticas.

Pallone também relatou as dificuldades de manutenção dos observatórios devido à falta de financiamentos e à organização dos grupos de pesquisa. Ela enfatizou a vulnerabilidade dos profissionais diante da precarização do trabalho jornalístico, apontando este como um dos grandes desafios da atualidade.

O professor Rogério Christofoletti destacou os desafios de realizar a crítica de mídia. Segundo ele, “é muito difícil fazer crítica de mídia no Brasil hoje, porque as arenas estão muito pulverizadas”. Christofoletti explicou que, nos últimos 20 anos, diversas redes sociais foram criadas, dispersando a atenção do público, enquanto os laboratórios e observatórios de mídia enfrentam dificuldades para se consolidarem na sociedade.

Apesar dos desafios, o professor afirmou que “é hora de persistir na crítica de mídia”. Ele ressaltou que “a nossa noção de realidade é mediada pelos meios de comunicação”, e que a crítica de mídia tem o papel de fiscalizar, alfabetizar e desenvolver um “olhar crítico, analítico e emancipatório sobre as notícias”.

Rogério também apontou as universidades como um dos principais espaços onde os observatórios resistem e têm autonomia para produzir conhecimento de relevância para a sociedade. “A crítica de mídia pode inspirar um espírito de renovação promovendo um processo de aprendizado para novos jornalistas”, destacou.

Na segunda mesa, o debate sobre o tema “Quem Faz e Quem Recebe a Crítica de Mídia” foi mediado pelo professor Samuel Pantoja (objETHOS/UFSC) e contou com a participação da professora Rafiza Varão (UnB/SOS Imprensa), da jornalista Paula Guimarães (Portal Catarinas) e jornalista e mestre em jornalismo pelo PPGJOR Paulo Mueller (NDTV).

A jornalista Paula Guimarães iniciou a discussão abordando o impacto e a relevância dos públicos para o Portal Catarinas, ressaltando que o comportamento da audiência muitas vezes direciona novas práticas na produção jornalística da organização. Ela destacou que o Portal Catarinas passou por uma mudança de identidade visual após perceber a necessidade de construir um “jornalismo independente, feminista e antirracista”.

O jornalista Paulo Mueller também falou sobre os desafios de escutar a audiência, reforçando que “a crítica é bem-vinda quando ela constrói”. Durante o debate, Mueller apontou a existência de um “distanciamento entre a academia e o mercado”, defendendo que a crítica de mídia realizada em ambientes acadêmicos deve alcançar o mercado para produzir mudanças na forma de fazer jornalismo.

Por fim, a professora Rafiza Varão (UnB) reforçou que a formação acadêmica permite a construção de uma crítica mais sistêmica e ressaltou que o jornalismo independente é uma das instâncias capazes de aprofundar as reflexões e atuar na construção de uma crítica de mídia que media a realidade.

O seminário do objETHOS também foi transmitido pelo canal de YouTube da TV UFSC, parceira do evento. O vídeo está disponível no link: https://www.youtube.com/watch?v=XQnSyXxkCOg

Compartilhe:

Share on whatsapp
Share on twitter
Share on facebook
Share on email
Share on linkedin
Share on telegram
Share on google
Language »
Fonte
Contraste