É falso que TRF4 obrigou a Smart Fit a disponibilizar um ano de academia por R$179,90

Publicado originalmente em Agência Lupa por Gabriela Soares. Para acessar, clique aqui.

Páginas com o layout e logomarca dos sites do jornal Folha de S. Paulo e do portal G1 alegam que o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), em Porto Alegre (RS), obrigou a rede Smart Fit a disponibilizar um ano de academia por R$ 179,90 para o plano individual e R$ 299,90 para o plano família, após condenação por propaganda enganosa. É golpe.

Por meio do ?projeto de verificação de notícias?, usuários do Facebook solicitaram que esse material fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação da Lupa?:

“A falta de clareza em seus termos gerou revolta e desentendimentos. Com isso, a Smart Fit foi obrigada por uma decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) a oferecer acesso anual às suas academias pelo valor de R$179,90. (…) Dentre as modalidades, também está o plano família, estipulado no valor de R$ 299,90 (pago somente uma única vez) para incluir até 4 pessoas no plano. Todos os membros incluídos no plano podem também frequentar todas as unidades da academia sem mensalidade nos meses seguintes durante o ano de 2024”

– Trechos de falsas notícias que circulam na internet

Falso

Em notas enviadas à Lupa, a Smart Fit e o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) negaram o boato. A Corte informou que não localizou nenhum processo do gênero no sistema processual eletrônico desenvolvido pelo TRF4 para consulta e tramitação de processos. A rede de academias esclareceu que nunca ofereceu tal promoção e reforçou que a assinatura só deve ser pelo site ou aplicativo oficial da empresa.

Para convencer as potenciais vítimas, os golpistas imitam o layout de sites como os da Folha de S.Paulo e G1. No entanto, em ambos os casos, os domínios das páginas são diferentes dos oficiais. Além disso, nenhuma notícia do gênero foi localizada nos portais dos veículos (1 e 2). 

Denúncias no Reclame Aqui também alertam para o golpe. Um consumidor relata, por exemplo, que chegou a ter os valores debitados do cartão de crédito, mas que, depois da cobrança, identificou que se tratava de um golpe. Outro usuário também relata ter sido vítima do esquema. Como no caso anterior, ele só notou a fraude após o pagamento ser debitado do cartão.

Vale citar que essa não é a primeira vez que criminosos “noticiam” falsas decisões judiciais ou de instituições de fiscalização para aplicar golpes. Em dezembro, a Lupa desmentiu uma publicação afirmando que, devido a uma decisão do Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon), a Havan teria que vender smartphones por R$ 174,49. Já em janeiro deste ano, outra página fraudulenta afirmava falsamente que a Faber-Castell teria que vender 13 mil kits escolares por R$ 159,90, após decisão de uma juíza do Maranhão.  

Não caia em golpes

Usar o layout de sites conhecidos é uma técnica comum para enganar consumidores e já foi usada em diversos golpes verificados pela Lupa (123 e 4). Essa tática é conhecida como phishing, que é quando o criminoso se passa por uma pessoa ou empresa para coletar indevidamente dados do usuário, como nome, senha e cartão de crédito, ou lucrar em cima das vítimas.

Para se prevenir, o consumidor não deve clicar em links inseguros. Além disso, deve ficar atento aos certificados de segurança e só dar informações pessoais como endereço, CPF e dados de cartão de crédito quando tiver certeza que a empresa existe e que o site é confiável.

Outra dica é sempre checar a reputação da empresa no Reclame Aqui, site que agrega queixas de consumidores, e conferir os links no Detector de Site Confiável, ferramenta da plataforma que ajuda a identificar sites fraudulentos. 

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