Programa Imprensa Jovem celebra 18 anos de vitalidade, em ato público, na Câmara Municipal de São Paulo

Publicado originalmente em ABPEducom. Para acessar, clique aqui.

No último dia 8 de dezembro, a convite do Vereador Prof. Eliseu Gabriel, a Câmara Municipal de São Paulo recebeu, no auditório Prestes Maia, as comemorações pelos 18 anos da implementação do Programa Imprensa Jovem. O evento foi prestigiado pela presença do Secretário de Educação do município de São Paulo, Fernando Padula Novaes, bem como de representantes de entidades como a UNESCO, o Instituto Palavra Aberta, o Núcleo de Comunicação e Educação da USP e a ABPEducom. 

Ao abrir o ato comemorativo, o Vereador Eliseu Gabriel adiantou que havia encaminhado à Câmara Municipal um projeto de lei transformando o Programa Imprensa Jovem em política pública, com o objetivo de garantir a permanência da prática nas escolas do município, nos anos vindouros.  Assistam evento completo aqui

O Programa Imprensa Jovem, desenhado em 2005, a partir de uma escola da Zona Leste de Capital, chega a 2023 com presença garantida em 385 unidades escolares municipais, no formato de uma agência multimídia de notícias, implementada a partir dos pressupostos da Educomunicação. Segundo o idealizador da proposta – Prof. Carlos Lima – a iniciativa já beneficiou um total aproximado de 100 mil estudantes. 

Sobre o tema, Lima afirmou, em entrevista à Assessoria de Imprensa da Prefeitura de São Paulo: “Ao participar do Imprensa Jovem, os estudantes têm oportunidade de ampliar canais de comunicação da escola com a sua comunidade e produzir informações relevantes para suas realidades, além de desenvolverem habilidades para uma leitura crítica da mídia, combater a desinformação e Fake News”. 

Durante o evento, a jornalista Maria Rehder ressaltou o reconhecimento da UNESCO – organismo que ela representava no ato – ao Programa Imprensa Jovem, concedendo-lhe, em congresso ocorrido na Suécia no ano 2020, o Prêmio Aliança Global de Mídia e Informação. Sobre o referido prêmio, o Prof. Carlos assim se manifestou: “Ganhamos o mundo com um projeto que democratiza a participação do estudante na escola”, concluindo: “Considerar a educomunicação como política pública de educação é apoiar a educação de qualidade prevista nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”. 

Êxito se deve à formação continuada

Presente ao evento, o coordenador do NCE-USP, Prof. Claudemir Viana recordou, a esta reportagem, que a consolidação do paradigma educomunicativo nas escolas públicas paulistas teve início com o projeto Educom.rádio, levado a 455 unidades escolares, com a colaboração do Núcleo de Comunicação e Educação da Universidade de São Paulo, entre 2001 e 2004, do que resultou a aprovação da Lei Educom, pela Câmara Municipal, em novembro de 2004: “Nesse contexto, o projeto de jornalismo escolar, desenhado pelo Prof. Carlos Lima, ex-cursista do programa da USP, foi beneficiado pela acolhida entusiasmada por parte dos 11 mil docentes que haviam tomado parte da formação que precedera o início de sua implantação”, concluindo: “O grande mérito do Prof. Lima foi o de ter dado consistência ao projeto, ao longo dos últimos 18 anos, garantindo um processo formativo único no país, implementado por uma equipe de 30 formadores, com abertura anual de, em média, 2 mil vagas para docentes da rede”.

Por sua vez, o Prof. Ismar Soares, presidente da ABPEducom, convidado a falar durante a solenidade, fez um apelo às autoridades do governo municipal presentes ao ato, no sentido de que o Imprensa Jovem não permanecesse apenas confinada ao município de São Paulo, mas que estudasse uma forma de levar o processo formativo dos educadores a outros espaços: “Espero que nós possamos chegar a um território maior, já no próximo ano, levando esses ares educomunicativos para as cidades da região metropolitana de São Paulo!”. 

Prof. Ismar de Oliveira Soares sendo registrado pela repórter mirim do Imprensa Jovenzinha

Cartografias das práticas educomunicativas

Um dos tópicos da agenda das comemorações foi cumprido sob a coordenação de Maurício Virgulino, vice-presidente da ABPEducom, ao mediar a mesa “Cartografias das práticas educomunicativas”, partindo da ideia de que é possível colocar no “mapa as experiências”, conhecimentos e saberes comunitários produzidos, colaborativamente. 

A mesa foi composta por quatro apresentações, sob a responsabilidade, respectivamente, de Rita Baccari e Andrea Dourado, com o projeto Detetives das Fakes News (EMEF M’Boi Mirim II); Claudia Santos, com o projeto Imprensa Jovenzinha (CEI Jardim Reimberg); Camila Escudeiro, com a apresentação do projeto Revista Imprensa Jovem (Universidade Metodista e Imprensa Jovem); e de Marcos Moreira, com o projeto Jovenilda (EMEF Joaquim Osório Duque Estrada).

O vice-presidente acredita que os trabalhos apresentados revelam  a diversidade das oportunidades oferecidas à rede de ensino pelo programa Imprensa, enraizando e fortalecendo a política pública de educomunicação da prefeitura de São Paulo.

Imprensa Jovenzinha

O Auditório Prestes Maia, completamente ocupado por estudantes do ensino fundamental, viu seu espaço transformar-se em palco para um grupo de crianças do ensino infantil, vinculado ao “Imprensa Jovenzinha” e que, com toda liberdade, registrava, em seus tablets, todas as ações previstas na agenda da celebração. 

Em sua fala, no início das atividades, o Prof. Ismar, enquanto era filmado por uma integrante da Imprensa Jovenzinnha, lembrando que a Professora Claudia Santos, do CEI Jardim Reimberg, no extremo sul da cidade de São Paulo, “representava as docentes da prefeitura que, a partir de 2008, levaram a prática educomunicativa ao ensino infantil, superando um antigo preconceito de que as crianças não teriam repertório suficiente para integrar um programa de educomunicação, numa rede de ensino”.

Professora Claudia Santos e a turma do Imprensa Jovenzinha do CEI Jardim Reimberg, extremo sul da cidade de São Paulo, junto com o professor Ismar de Oliveira Soares

Homenagem

Entre tantas homenagens que ocorreram na celebração dos 18 anos do Imprensa Jovem, Isabel Pereira dos Santos, falecida em junho deste ano, teve sua trajetória lembrada em uma fala emocionante de seu irmão, o arte-educador André Pereira. Isabel fez parte da equipe de formadores contratada pelo Núcleo de Educomunicação da SME, para ministrar cursos para professores e estudantes.

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