Publicado originalmente em Agência Lupa por Ítalo Rômany. Para acessar, clique aqui.
Circula nas redes sociais um post com a alegação de que um programa de TV na Holanda deu brinquedos sexuais para crianças. O vídeo compartilhado mostra meninas brincando com objetos adultos. É falso.
Por WhatsApp, leitores da Lupa sugeriram que esse conteúdo fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação?:
Nosso mundo está doente! Programa de Televisão da Holanda ofereceu esses “brinquedos” para as crianças! Deixe sua opinião!
– Trecho de legenda que acompanha vídeo compartilhado no WhatsApp
Falso
O vídeo que circula nas redes sociais, na verdade, é um anúncio veiculado em 2017 que fez parte de uma campanha da Free a Girl, organização internacional que visa a combater a prostituição de jovens. O lema da campanha era “Sexo não é brincadeira de criança”.
Na época, a diretora e cofundadora da Free a Girl, Evelien Hölsken, explicou que a campanha era um alerta para combater a prostituição de crianças e adolescentes. “Estima-se que 2 milhões de crianças em todo o mundo estão envolvidas na prostituição, das quais 1,2 milhão estão na Índia. As meninas são forçadas a fazer sexo todos os dias com dezenas de homens. Queremos que isto pare e apelamos a todo o país para que junte forças conosco e tome medidas. Juntos, podemos libertar as meninas das terríveis circunstâncias em que vivem e oferecer a elas um novo futuro brilhante”, disse.
Nas imagens da campanha, as garotinhas, que usam máscaras de animais, abrem as caixas de brinquedos sexuais e especulam sobre para que eles podem ser usados. As sugestões incluem ‘uma varinha’, ‘rolo’ e ‘mata-moscas’. O clima então escurece quando o vídeo muda dramaticamente para imagens de câmera de vídeo de uma jovem sendo vendida para sexo. Esse trecho final, com a denúncia do crime, foi removido da gravação que circula pelas redes sociais.
??Segundo a ONG holandesa Free a Girl, o projeto já resgatou mais de 7 mil sobreviventes em todo o mundo até o momento. “Ajudamos os sobreviventes a obter justiça, rastreando os perpetradores e combatendo a impunidade”, diz.