Plataformas dão passos atrás no combate à desinformação sobre Covid-19

Publicado originalmente em *Desinformante por Liz Nóbrega. Para acessar, clique aqui.

O grupo Meta anunciou mudanças nas suas regras globais de desinformação sobre a Covid-19, na semana passada, indicando que fará uma “abordagem mais personalizada” sobre o tema. De acordo com a empresa, as regras não estarão mais em vigor globalmente porque a declaração de emergência de saúde pública global da Organização Mundial da Saúde foi suspensa em maio.

A Meta anunciou que, nos países em que a declaração de emergência continua, a empresa continuará removendo conteúdo desinformativo por “risco de danos físicos iminentes”. O *desinformante entrou em contato para saber se as regras seguem em vigor no país. Como resposta, a assessoria de imprensa da Meta destacou que a remoção de desinformação segue nos países em que há emergência e que o Brasil não está entre eles. Ou seja, as regras país foram flexibilizadas.

Em seu comunicado, a Meta informou que essa era uma resposta às recomendações realizadas pelo Oversight Board (Comitê de Supervisão) da empresa em seu Parecer Consultivo sobre Políticas de Desinformação sobre a Covid-19. No parecer, o conselho destacou que a empresa deveria continuar removendo conteúdo falso sobre a Covid-19 que “provavelmente contribui diretamente para o risco de lesões corporais iminentes durante a emergência de saúde pública internacional” e também aconselhou que a Meta começasse a “explorar a regionalização da abordagem”. 

“Estamos consultando especialistas em saúde para entender quais alegações e categorias de desinformação podem continuar representando esse risco”, disse a empresa em resposta ao parecer.

Spotify permite negacionismo científico no podcast de Joe Rogan

Na mesma linha, o Spotify parece ter desistido de remover conteúdos falsos sobre a Covid-19. A Vice noticiou como um episódio do podcast de Joe Rogan de três horas com Robert F. Kennedy Jr., antivacina que se tornou candidato presidencial, demonstrou a desistência da plataforma de áudio de combater o negacionismo científico. 

“A conversa foi uma orgia de desinformação sobre vacinas não verificadas, algumas conspirações sobre tecnologia 5G e wi-fi e, é claro, Rogan, mais uma vez, elogiando a ivermectina, um falso tratamento contra Covid”, destacou a reportagem norte-americana.

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