Publicado originalmente em site de Internetlab. Para acessar, clique aqui.
Segundo o projeto Algo_Ritimos, os algoritmos de recomendação tendem a reforçar desigualdade de gênero na cena musical brasileira. Além disso, os aplicativos de streaming não oferecem dados sobre identidades étnico-raciais de artistas e ouvintes.
Hoje (8), o InternetLab esteve no RightsCon, o maior evento de direitos humanos na era digital, que neste ano acontece em San José, Costa Rica, para falar sobre o Algo_Ritmos, projeto desenvolvido com apoio do Fundo de Equidade do conhecimento da Fundação Wikimedia e que busca compreender como recomendações algorítmicas produzidas por plataformas de streaming de música, como o Spotify e Deezer, influenciam e são influenciadas por desigualdades estruturais.
A última década assistiu ao aparecimento e crescimento global de plataformas de streaming na indústria da música, como o Spotify e o Deezer. Estas plataformas transformaram o consumo cultural, a formação de gostos e o modo como as pessoas se abrem para conhecer novas e novos artistas. Algo_Ritmos é resultado de uma investigação desenvolvida para identificar eventuais vieses que podem ser reforçados ou produzidos nesses contextos, bem como refletir sobre os impactos da globalização destas plataformas e, consequentemente, da normalização nos usos e consumo da cultura mediados por esse tipo de tecnologia.
Com isso, selecionamos as plataformas Spotify e Deezer para dar início a essa investigação. Para tanto, buscamos compreender como as recomendações de algoritmos produzidas por ambas as plataformas podem operacionalizar em suas recomendações desigualdades estruturais. Desse modo, a partir de uma perspectiva interseccional, analisamos os dados coletados nestas plataformas para compreender como as dimensões de gênero, raça e etnia se fazem presentes na recomendação de músicas e artistas.
Como não pudemos encontrar dados relacionados também ao pertencimento étnico-racial de artistas, no site do Algo_Ritmos é possível ver as principais diferenças observadas quando olhamos para o consumo de música no Brasil e de artistas brasileiras(os). Também é possível simular os resultados acima na prática. Acesse aqui.