Publicado originalmente em Rede Amazoom. Para acessar, clique aqui.
O programa, apresentado pela jornalista indígena, Adriã Galvão, traz entrevistas com mulheres indígenas e debates sobre o protagonismo dessas no Estado. A estreia ocorre dia 28 de abril na Rádio Universitária (95,9 fm), às 16 horas.
Kunhantã, mulher resistente, esse é o nome do novo programa da rádio Universitária, fruto da pesquisa de graduação da jornalista indígena, Adriã Galvão. Formada pela Universidade Federal de Roraima em 2022, a jornalista idealizou o projeto a partir da necessidade de encontrar no Estado produções midiáticas que abordassem com mais profundidade a realidade dos povos indígenas de Roraima.
Jornalista indígena Adriã Galvão. Foto: Divulgação.
A ideia inicial do projeto era fazer do Kunhantã um PodCast. A partir disso, se iniciou o estudo e a busca por meio de conhecer e dar início ao trabalho. As gravações começaram a ser desenvolvidas, ainda durante a pandemia, no estúdio da universidade e com suporte do Amazoom. Depois os episódios começaram a ser publicados na plataforma de streaming, Spotify.
Adriã conta que o que lhe motivou a fazer o programa foi a necessidade de amplificar as vozes de mulheres indígenas e desenvolver a autonomia comunicacional dos povos indígenas, não só de Roraima, mas como de todo Brasil. A jornalista não imaginava que seu projeto iria para rádio, mas afirma que está muito feliz com a oportunidade.
“Não pensei primeiramente na rádio, mas depois entendi que muitas pessoas ainda têm dificuldade de acesso a internet e principalmente a uma plataforma de streaming paga. Então comecei a desenvolver o projeto para rádio. Trazer o Kunhantã para esse meio midiático é dar cada vez mais acessibilidade na escuta”, contou Adriã.
Atualmente, grande parte das comunidades indígenas do estado não tem acesso a internet, o que acaba dificultando a chegada de informações ou de outros conteúdos por meio de plataformas digitais. A maioria das notícias chegam por rádio e agora, a partir do dia 28/04, chegará nas comunidades as falas importantes de mulheres indígenas por meio do programa Kunhantã.
“Espero alcançar agora na rádio a escuta não só de mulheres, mas também de pessoas não indígenas para que possam entender que nós (indígenas) podemos ocupar o espaço que quisermos. Nós temos total capacidade de falar por nós mesmos, sem um intermediador, em qualquer espaço comunicacional. Nós mesmos podemos falar sobre nós, para nós e por nós”, afirmou a jornalista.
O programa Kunhantã é símbolo de resistência e uma forma de contribuição para a luta dos povos indígenas de Roraima, da Amazônia e do Brasil inteiro. É a demarcação do espaço indígena na comunicação.
As entrevistadas do dia 28 de abril são as artistas Sony Ferseck e Georgina Sarmento, autoras do livro WEIYAM- Mulheres que fazem Sol, uma homenagem às mulheres indígenas, em especial as do povo Makuxi.