Vídeo não mostra ‘encenação’ do MST para culpar policiais por agressão

Publicado originalmente em Agência Lupa. Para acessar, clique aqui.

Circula nas redes sociais um vídeo que mostra um suposto confronto entre policiais armados e pessoas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). No registro é possível ouvir barulhos que se assemelham a tiros e ver pessoas que caem no chão após a reprodução desses sons. A legenda do post diz que se trata de uma “encenação” do MST para incriminar policiais por agressão. Por WhatsApp, leitores sugeriram que o conteúdo fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação da Lupa?:

MST encenando fakes de agressão por policiais no Pará. Vão passar isso mundo a fora, sofreremos sanções se não nos unirmos mobilizando mídia para falar bem do agro. Sei que o grupo não é para isso mas todos dependemos do Agronegócio saudável!

– Legenda do vídeo que circula no WhatsApp

Falso

A informação analisada pela Lupa é falsa. Trata-se, na verdade, de um registro da peça teatral “Antígona na Amazônia“, que aborda o massacre de Eldorado dos Carajás, ocorrido em 1996, no Pará. O vídeo, portanto, não é uma “encenação fake” para incriminar policiais por agressão. 

A apresentação ocorreu em 17 de abril deste ano – data que lembra os 27 anos do massacre de Eldorado dos Carajás. Diversos veículos da imprensa registraram em matérias jornalísticas o ato teatral por outros ângulos (confira aquiaqui aqui). Em post no Instagram, o MST contestou o boato que circula na rede social. A publicação desmentiu as afirmações de que manifestantes teriam encenado “fakes de agressão por policiais”, quando, na realidade, se tratava de um projeto teatral. 

“Antígona na Amazônia”, produzido em parceria entre o MST e o grupo de teatro NTGent, é o nome do projeto dirigido pelo dramaturgo suíço Milo Rau, que recriou cenas ocorridas durante o massacre de Eldorado dos Carajás. 

O caso que ocorreu em 1996 na cidade de Eldorado do Carajás, no Pará, decorreu de uma ação policial que violentou manifestantes que marchavam na região para reivindicar a desapropriação de terras para Reforma Agrária. O MST lembra em seu site que a repressão “assassinou 21 trabalhadores rurais e deixou 69 pessoas mutiladas”. 

Após as investigações do Ministério Público do Pará e a conclusão dos inquéritos civil e militar, 155 policiais militares foram denunciados pela Promotoria de Justiça e submetidos a julgamento. O massacre de Eldorado do Carajás ganhou repercussão em todo o mundo. A data de 17 de abril se tornou o Dia Internacional de Luta pela Terra.

Este conteúdo também foi verificado por Aos FatosEstadão VerificaeUOL Confere.

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