Professores mostram-se preocupados em relação às fake news, mas não se sentem preparados para lidar com o tema, revela pesquisa

Publicado originalmente em Instituto Palavra Aberta. Para acessar, clique aqui.

Cerca de 73% dos professores brasileiros afirmam estarem preocupados com o cenário de desinformação que assola o País, mas apenas 40% deles se sentem preparados para lidar com este desafio. O dado faz parte de um levantamento com 435 professores de Ensino Fundamental II e Ensino Médio de todas as regiões brasileiras com o objetivo de perceber como os docentes se informam no cotidiano e de que maneira usam as mídias em suas atividades pedagógicas.

A pesquisa foi realizada pelo Instituto Palavra Aberta, que coordena o EducaMídia, programa de educação midiática dedicado a formar professores nesta temática, em parceria com empresa Quantas, especializada em estudos quantitativos e construção de métricas em áreas como educação e tecnologia. 

De acordo com o estudo, 74,5% dos professores entrevistados se sentem bem informados sobre seus temas de trabalho. No entanto, apenas 30% julgam-se bem informados sobre assuntos mais diversos e distantes do seu maior interesse. Além disso, 85% dos educadores participantes declaram usar mídias com frequência em suas aulas. Destes, 97% o fazem para conectar o tema curricular com um acontecimento atual ou para aprofundar temas e conceitos. No entanto, é importante destacar que o uso de mídias pelos professores em geral não significa que estejam implementando educação midiática.

Formação

O estudo mostrou a importância da formação de educadores desenvolverem competências de educação midiática para, posteriormente, criarem e implementarem atividades para os estudantes. Docentes que foram impactados pela formação EducaMídia revelaram ter um repertório midiático mais amplo, uma vez que usam fontes de informação com mais frequência e de forma mais ativa do que outros professores. Além disso, mostram-se mais arrojados nos objetivos pedagógicos ao recorrer às mídias, buscando formar para o exercício crítico da cidadania.

Enquanto professores não impactados acreditam que a oferta de materiais prontos os faria utilizar conteúdos de mídia em sala de aula, educadores impactados pelo EducaMídia reconhecem a necessidade de aprofundamento constante para empregar mídias em sala de aula. A oferta de materiais e recursos prontos é importante para professores iniciarem um processo de educação midiática, mas quanto mais os docentes se aprofundam no tema, eles próprios passam a articular seu repertório no sentido de criarem suas próprias soluções.

Além de utilizarem mais mídias em sala de aula e diversificarem mais as fontes de informação às quais recorrem para suas práticas pedagógicas que outros professores, os docentes formados parecem fidelizar meios de comunicação específicos para se manterem informados, como sites e aplicativos de notícias específicos. Já os não impactados citam meios a partir dos quais precisarão buscar informações, como Google e YouTube. 

A pesquisa ainda aponta para a necessidade de pensar em estratégias específicas para docentes e estudantes do ensino médio, uma vez que professores dessa etapa têm mais dificuldade de adotar estratégias de educação midiática por motivos diversos, que incluem os interesses mais objetivos do alunado, que pensa em profissionalizar-se e/ou ingressar no ensino superior ou no mercado de trabalho.

Para mais informações sobre o estudo, acesse o site do EducaMídia e do Palavra Aberta.

Compartilhe:

Share on whatsapp
Share on twitter
Share on facebook
Share on email
Share on linkedin
Share on telegram
Share on google

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.

Language »
Fonte
Contraste