É falso que Nicolás Maduro dá papelão no lugar de atum para venezuelanos comerem

Publicado originalmente em Agência Lupa por Iara Diniz. Para acessar, clique aqui.

Circula pelas redes sociais um vídeo em que um homem coloca uma porção de atum enlatado em uma peneira e, logo em seguida, despeja água sobre o alimento. Ele afirma que o conteúdo do recipiente é papelão e diz que o produto está sendo distribuído pelo governo venezuelano. O vídeo foi compartilhado por brasileiros, que acusam o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, de dar papelão para o povo comer. Por WhatsApp, leitores da Lupa sugeriram que esse conteúdo fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação:

Caixa de papelão moído. Maduro está dando para o povo venezuelano comer dizendo que é atum

– Trecho de legenda que acompanha vídeo compartilhado nas redes sociais

Falso

A informação analisada pela Lupa é falsa e já foi desmentida por agências de checagem na Venezuela. Segundo reportagem publicada pelo site Cotejo.info, um teste realizado na Universidade Central da Venezuela (UCV) mostrou que, ao lavar o atum, ele perde suas propriedades até o ponto em que fica como uma espécie de estopa. O conteúdo também foi desmentido pelo site Observatório Venezuelano de Fake News.

Vídeos semelhantes a esse já viralizaram em outros países da América Latina. Em 2019, a agência de checagem Chequeado, da Argentina, mostrou que era falsa a afirmação de que latas de atum continham papelão. Na época, a agência entrou em contato com diferentes fabricantes do enlatado que explicaram que o que se via no atum após dissolução dele na água eram “fibras insolúveis do peixe” e não papelão.

Em 2020, o prefeito da cidade de Malambo, na Colômbia, Rummenigge Monsalve, gravou um vídeo esclarecendo denúncias falsas de que latas de atum com papelão estavam sendo distribuídas para a população. Ele fez o experimento, dissolvendo o atum em água, para comprovar que o produto perdia as propriedades e que não tinha papelão em sua composição.

No mesmo ano, a revista Semana de Colombia publicou um relatório do Instituto Nacional de Vigilância de Alimentos e Medicamentos (Invima) da Colômbia que, por meio de amostras de análises físico-químicas no atum, verificou que os produtos não apresentavam componentes de celulose, ou seja, de papelão moído, papel ou lã. 

Este conteúdo também foi verificado por UOL Confere e Boatos.org.

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