Desinformação vacinal dispara com a campanha da bivalente

Publicado originalmente em *Desinformante por Liz Nóbrega. Para acessar, clique aqui.

Com o início da vacinação contra Covid 19 fazendo uso dos imunizantes bivalentes, o Brasil passa por uma nova fase de desinformação sobre vacinas. A conclusão é do relatório produzido pelo NetLab, Laboratório de Estudos de Internet e Mídias Sociais da UFRJ, que analisou conteúdos em diversas plataformas de 26 de fevereiro, um dia antes de começar a campanha de vacinação, até o dia 21 de março.

Os pesquisadores mapearam como a narrativa se desenvolveu no WhatsApp, Telegram, Facebook, Instagram, Twitter, TikTok e em sites desinformativos, caracterizados como “Junk News”.“No Youtube, os vídeos de desinformação sobre o tema raramente mencionavam palavras chave no título ou metadados, dificultando o rastreio em larga escala”, informou o relatório.

A rede com o maior número de conteúdos compartilhados com menção às vacinas é o Twitter, com 323 mil tweets. No entanto, os aplicativos de mensagens instantâneas, WhatsApp e Telegram, mesmo com poucas mensagens – 6,7 mil e 5,1 mil, respectivamente -, se destacaram por manter o debate em alta durante o período analisado.

No WhatsApp circulam mensagens que negam a eficácia das vacinas com base em falsos estudos internacionais e conteúdos que afirmam que as vacinas causam infartos e mortalidade infantil. Já no Telegram, a pesquisa destaca os grupos que compartilharam certificados de vacinação falsos e teorias da conspiração sobre a vacina como um “plano de controle populacional”.

“Uma das mensagens mais compartilhadas diz que a vacinação é falsa e parte de um plano de redução da população mundial. O texto, com conotação homofóbica, compara as supostas mortes decorrentes da vacinação com campanhas de conscientização contra DSTs e homofobia, que também seriam forjadas por governos com o objetivo de reduzir a população”, detectou a pesquisa.

Já no Facebook, Instagram, Twitter e TikTok, a circulação dos conteúdos sobre vacinas teve um pico no dia 27 de fevereiro, data que o presidente Lula se vacinou com o imunizante bivalente. Como consequência, a repercussão se concentrou nesse fato, alguns deles com teorias conspiratórias de que o governante não teria de fato se vacinado.

Além disso, as principais narrativas também buscavam relacionar a vacina bivalente com efeitos colaterais graves. “Portais de junk news, sites religiosos e blogs conspiracionistas são os que mais disseminaram conteúdo com desinformação no período. Um exemplo é o site Duna Press, que publicou notícias com desinformação e indícios de coordenação internacional. Uma delas fala de supostos ‘danos cerebrais e cardíacos’ que seriam causados pela vacina mRNA. A Organização Mundial da Saúde confirma que não há evidências quanto a isso”, indicou a pesquisa. 

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