Intervozes, CONAQ, MMTR/NE e CCDC/UFBA realizam Ciclo de Formação sobre Internet, TICs e Justiça Socioambiental

Publicado originalmente em Coletivo Intervozes. Para acessar, clique aqui.

O que são redes comunitárias de internet e como é possível construí-las? O que os territórios tradicionais querem transformar com as tecnologias? E quais tecnologias devem ser descontruídas? Quais modelos de tecnologia e internet são possíveis para as mulheres, negros/as e a autodeterminação dos Povos e Comunidades Tradicionais?

Buscando refletir sobre essas e outras perguntas, o Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social, a CONAQ – Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Brasileiras, o MMTR/NE – Movimento da Mulher Trabalhadora Rural do Nordeste e o Centro de Comunicação, Democracia e Cidadania, da Universidade Federal da Bahia realizam o Ciclo de Formação do projeto Territórios Livres, Tecnologias Livres: mapeamento sobre Internet, TICs e Justiça Socioambiental.

Coordenado pelas três entidades, com apoio da Association for Progressive Communications (APC), o projeto visa produzir um mapeamento coletivo do acesso, usos e concepções sobre a Internet e as Tecnologias da Informação e Comunicação por comunidades quilombolas e rurais dos nove estados do Nordeste brasileiro.

De acordo com Tâmara Terso, do Intervozes e uma das coordenadoras do projeto, o mapeamento se baseia num processo de formação e troca entre as agendas de luta em defesa dos territórios e por uma Internet livre. “É, assim, a primeira etapa de um processo de articulação e formação que aponta para a construção de contra narrativas e disputa epistemológica sobre Internet e TICS – a partir de uma visão feminista, antirracista e comprometida com a justiça socioambiental”, ressalta.

A coordenadora enfatiza que as tecnologias e a Internet estruturam o avanço sobre territórios rurais e quilombolas e a reprodução de um modelo de desenvolvimento insustentável do ponto de vista social e ambiental. “As tecnologias de produção agrícola, de mapeamento e vigilância geoespaciais, de automoção e alteração do curso dos rios para irrigação de latifúndios, por exemplo, são uma face desta equação. A vigilância, os discursos de ódio e a violência online e off-line contra ambientalistas, defensores e defensoras de direitos humanos e lideranças dessas comunidades são também uma faceta comum à instalação dos chamados megaprojetos de desenvolvimento”, critica Terso.

Ciclo de Formação

Iniciado em dezembro do ano passado, o projeto terá como uma das suas principais ações a realização de atividades de formação, como forma de ampliar a discussão sobre os temas que envolvem a relação entre internet, tecnologias e territórios.

Com encontros quinzenais, sempre às 14h das quintas-feiras, o Ciclo de Formação terá a participação de ativistas, pesquisadores/as e especialistas dos Povos e Comunidades Tradicionais. Abaixo, os temas e datas de cada atividade.

  • 11/03: Redes Comunitárias de internet: o que são e como é possível construí-las?
  • 25/03: Entre o ancestral e o digital: o que queremos ou não transformar com as tecnologias?
  • 08/04: Políticas de acesso e uso das TICs no Brasil: projetos e possibilidades nos municípios, estados e no âmbito federal
  • 22/04: Tecnologias, Mulheres e Território: quais modelos de tecnologia e internet são possíveis para as mulheres e a autodeterminação dos povos tradicionais?

Inscrições

Até o próximo dia 10 de março estão abertas as inscrições para participar do conjunto de atividades formativas, que terá certificação pelo Centro de Comunicação, Democracia e Cidadania da Universidade Federal da Bahia, parceiro na execução do Ciclo.

Considerando que acontecerá pela plataforma Zoom e como forma de privilegiar o aprofundamento do diálogo, o Ciclo tem vagas limitadas. As inscrições devem ser feitas até 14h da quarta-feira, 10 de março, com a divulgação das pessoas inscritas às 18h do mesmo dia.

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